Nesses primeiros bilhões de anos, os vulcões eram comuns em várias regiões, pois a crosta terrestre ainda estava em formação.
Inclusive, áreas que hoje não são conhecidas por apresentarem atividade vulcânica, como a Amazônia e outras regiões do Brasil, já aram por períodos de vulcanismo intenso. Vale lembrar que, naquela época, essas regiões ainda não existiam da forma como as conhecemos nos mapas atuais.
Com o surgimento das primeiras placas tectônicas e sua movimentação ao longo de bilhões de anos, começaram a se formar as montanhas, os oceanos e os continentes como conhecemos hoje.
Um dos resultados dessa atividade tectônica é o Círculo de Fogo, uma região localizada entre a borda de alguns continentes que concentra a maior quantidade de vulcões do planeta. Mas por que a maior parte do vulcanismo está concentrada nessa área?
Especialistas estimam que a região do Círculo de Fogo abrange cerca de 450 vulcões, entre ativos e adormecidos — boa parte desses ativos está submersa. Essa área se estende por cerca 40 mil quilômetros no Oceano Pacífico e tem o formato de uma ferradura.
Ela começa desde o extremo sul da América do Sul, ando pela costa oeste da América do Norte, pelo Estreito de Bering, Japão e chega até a Nova Zelândia. Aproximadamente 90% de todos os terremotos que ocorrem na Terra estão relacionados à região do Círculo de Fogo.
Ou seja, dezenas de países podem ser afetados pelas consequências desses terremotos e vulcões ao longo do círculo.
“Vulcões estão associados a todo o comprimento desse cinturão, razão pela qual é chamado de 'Anel de Fogo'. Uma série de fossas oceânicas profundas margeia o cinturão do lado oceânico, enquanto massas continentais ficam do lado oposto. A maior parte dos terremotos do mundo, a esmagadora maioria dos mais intensos, e cerca de 75% dos vulcões da Terra ocorrem dentro do Anel de Fogo”, diz a enciclopédia Britannica.
O motivo de existirem tantos vulcões no Anel de Fogo está diretamente ligado ao movimento das placas tectônicas.
Assim como as montanhas, os vulcões se formam principalmente a partir da colisão entre essas placas. Como o círculo concentra boa parte das zonas de maior atividade tectônica do planeta (zonas de subducção), é nessa região que se encontra mais vulcões da Terra.
Esse tipo de movimentação das placas é chamado de subducção, onde duas placas tectônicas colidem e uma delas acaba deslizando para baixo da outra.
No processo da subducção, é gerado calor e pressão suficientes para derreter parte das rochas, formando o magma. Em algumas ocasiões, esse magma é “ejetado” das placas e gera atividade vulcânica na superfície.
Ou seja, justamente por concentrar a maior quantidade de zonas de subducção da Terra, essa região recebeu o nome de Círculo de Fogo do Pacífico.
"As zonas de subducção também são onde se localizam as fossas oceânicas mais profundas da Terra e onde ocorrem os terremotos mais profundos. Os terremotos acontecem quando as duas placas se raspam entre si e também devido à curvatura da placa que está subduzindo", descreve a istração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos.
É importante destacar que o Anel de Fogo do Pacífico não é o único lugar com zonas de atividade tectônica, já que outras regiões da Terra também apresentam montanhas e vulcões formados por processos semelhantes.