Cientistas querem enviar amostras de células animais para ficarem congeladas na Lua. O biorrepositório lunar tem como objetivo proteger espécies ameaçadas de extinção e a biodiversidade do planeta.

Em um artigo publicado nesta quarta-feira (31), na revista BioScience, a equipe internacional de pesquisadores sugeriu que a iniciativa é viável pelas baixas temperaturas perto dos polos do astro -- que chegam a 196ºC negativos.

Além disso, o local é favorável por não necessitar de intervenção humana, por não ser necessário o fornecimento de energia para manutenção das amostras e pelo isolamento de eventos extremos que podem acontecer na Terra, como guerras e desastres naturais.

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A primeira amostra usada no biorrepositório lunar seria de pele animal com células de fibroblastos, um tipo de tecido responsável pela produção e manutenção da matriz extracelular, incluindo colágeno, elastina e outras proteínas essenciais.

Os primeiros testes usaram o Starry Goby -- uma espécie de peixe -- como exemplo de amostra que pode ser enviada à Lua.

As embalagens necessárias para realizar a conservação no espaço, a proteção aos efeitos da radiação e a obtenção de parcerias internacionais que permitam a colocação do projeto em prática são alguns dos desafios relatados pela equipe no estudo.

Apesar disso, no comunicado à imprensa destacaram a importância e urgência da realização da iniciativa. "Devido a inúmeros fatores antropogênicos (gerados por ações do homem), uma alta proporção de espécies e ecossistemas enfrenta ameaças de desestabilização e extinção que estão acelerando mais rápido do que nossa capacidade de salvá-las em seu ambiente natural."

De acordo com a equipe, além da obtenção de parceiros para a realização do biorrepositório lunar os próximos os incluem a realização de mais testes na Terra e a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).

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