"Eu sou vasectomizado há muitos anos, então eu tive que fazer duas pulsões. A primeira não deu certo. Aí o médico falou: 'Vamos ter que fazer mais uma, só que mais profunda essa'. Pega uma agulha, escolhe um dos dois, enfia a agulha até o final e puxa. Sexo nem pensar", contou. Ele e a esposa Graciele aram por uma fertilização in vitro para engravidar.

O que é a punção testicular?

O procedimento do qual o artista reclamou, chamado de "punção testicular" é muito usado por homens que fazem vasectomia e depois desejam participar de uma nova gravidez. A vasectomia corta e sela os tubos epididimais que carregam o esperma que é conectado ao sêmen. Dessa forma, o homem segue ejaculando, mas sem espermatozoides.

De acordo com a Johns Hopkins Medicine, importante clínica de saúde dos Estados Unidos, existem cinco tipos de procedimento para recuperar então esses espermatozoides diretamente do testículo, para realização de procedimentos de reprodução assistida:

• Tesa (Aspiração de esperma testicular): geralmente realizado em homens com vasectomia, "uma agulha é inserida no testículo e o tecido/esperma é aspirado". Em algumas situações, no entanto, Tesa não fornece tecido/esperma suficiente e uma biópsia de testículo aberto é necessária;
• Pesa (Aspiração percutânea de espermatozoides epididimários): procedimento semelhante, mas em que a aspiração é feita sob a pele do escroto. Ambos são feitos em consultório e com anestesia local;
• Tese (Extração de esperma testicular): envolve fazer uma pequena incisão no testículo e examinar os túbulos para a presença de espermatozoides. Geralmente é feito em sala de cirurgia com sedação, mas pode ser realizado no consultório apenas com anestesia local;
• Mesa (Aspiração de esperma microepididimal): é realizado na sala de cirurgia com anestesia geral utilizando o microscópio cirúrgico, para coletar espermatozoides diretamente no epidídimo. "Permite uma coleta extensa de esperma maduro em comparação com técnicas de aspiração";
• MicroTese (Microdissecção Tese): essa técnica as taxas de recuperação de esperma em homens sem espermatozoides e é um procedimento mais seguro, pois menos tecido testicular é removido.

Zezé Di Camargo não entrou em detalhes sobre a técnica utilizada em seu procedimento de reprodução assistida, mas pelo relato, ele provavelmente ou por duas técnicas diferentes nos dois momentos.

Realizar esses procedimentos não garante sempre que haverá espermatozoides no tecido que é coletado, já que os microscópios cirúrgico não possuem ampliação suficiente para ver o esperma, "apenas ajuda a separar quais túbulos dentro do testículo têm maior probabilidade de conter esperma", explica a clínica. Por isso que o procedimento pode ser repetitido, se o laboratório perceber que não há material suficiente.

A Johns Hopkins Medicine reforça que é possível nesse tipo de procedimento, coletar material extra, visando novos procedimentos se o ciclo de fertilização in vitro.