Ao todo, 27.093 pessoas com 18 anos ou mais, de todas as capitais brasileiras e do Distrito Federal, foram entrevistadas entre os meses de setembro de 2021 e fevereiro de 2022.
As estimativas fornecem a frequência de fatores de risco ou proteção para doenças crônicas, agrupados por temas que envolvem: tabagismo, excesso de peso e obesidade, padrões de alimentação, padrões de atividade física, consumo de bebidas alcoólicas, autoavaliação do estado de saúde, prevenção
de câncer e morbidade referida.
O tabagismo e a exposição iva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de uma série de doenças crônicas, tais como câncer, doenças pulmonares e doenças cardiovasculares.
A frequência de adultos que fumam variou entre 4% em Aracaju e 14,5% em Campo Grande. As maiores frequências de fumantes foram encontradas, entre homens, em Campo Grande (22,2%), no Distrito Federal (17,7%) e em Curitiba (14,9%) e, entre mulheres, em São Paulo (9,7%), Rio Branco (9,6%) e Florianópolis (8,7%).
Considerando todas as capitais, a frequência de adultos fumantes foi de 9,1%, sendo maior no sexo masculino (11,8%) do que no feminino (6,7%). No total da população, a frequência de fumantes tendeu a ser menor entre os adultos jovens (antes dos 34 anos de idade) e entre aqueles com 65 anos e mais.
Em relação aos fumantes ivos, entre os homens, as maiores frequências foram observadas no Rio de Janeiro (11,2%), Distrito Federal (10,2%) e em Aracaju (9,7%) e, entre as mulheres, em Belo Horizonte (10,8%), Rio Branco (10,0%) e Boa Vista (9,9%).
Em pesquisas populacionais, o diagnóstico do estado nutricional é feito a partir do índice de massa corporal (IMC), obtido pela divisão do peso, medido em quilogramas, pela altura ao quadrado, medida em metros (kg/m²). O excesso de peso é diagnosticado quando o IMC alcança valor igual ou superior a 25 kg/m², enquanto a obesidade é diagnosticada com valor de IMC igual ou superior a 30 kg/m².
A frequência de adultos com excesso de peso variou entre 49,3% em São Luís e 64,4% em Porto Velho. As maiores frequências de excesso de peso foram observadas, entre homens, em Porto Velho (67,5%), João Pessoa (66,5%) e Manaus (65,2%) e, entre mulheres, em Manaus (61,8%), Porto Velho e Belém (61%). As menores frequências de excesso de peso, entre homens, ocorreram em Salvador (50,8%), São Luís (51,4%) e Vitória (55,8%) e, entre mulheres, em Palmas (45%), Teresina (46,4%) e São Luís
(47,5%).
Nas capitais, a frequência de excesso de peso foi de 57,2%, sendo maior entre os homens (59,9%) do que entre as mulheres (55%). No total da população, a frequência dessa condição aumentou com a idade até os 54 anos e reduziu com o aumento da escolaridade, segundo a pesquisa.
Em relação à obesidade, a frequência variou entre 17,9% em Vitória e 26,4% em Porto Velho. As maiores frequências de obesidade foram observadas, entre os homens, em Aracaju (27,9%), Goiânia (26,7%) e Porto Velho (26,6%) e, entre as mulheres, em Manaus (26,6%), Recife (26,5%) e Porto Velho (26,2%). As menores frequências ocorreram, entre homens, em Recife (17,7%), São Luís e Salvador (18,6%), e entre as mulheres, em Palmas (16,1%), Vitória (16,8%) e Teresina (17,2%).
A pesquisa Vigitel também reúne indicadores do consumo de alimentos considerados marcadores de padrões saudáveis de alimentação (incluindo frutas e hortaliças, feijão e alimentos não ou minimamente processados que são protetores para doenças crônicas) e marcadores de padrões não saudáveis de alimentação (como refrigerantes e alimentos ultraprocessados).
Na análise, foi considerado regular o consumo de frutas e hortaliças quando ambos alimentos eram consumidos em cinco ou mais dias da semana. A frequência de adultos que consomem regularmente frutas e hortaliças variou entre 22,6% em Rio Branco e 44,7% em Belo Horizonte.
As maiores frequências, entre homens, foram encontradas em Curitiba (37,1%), Belo Horizonte (36,7%) e Porto Alegre (35,9%) e as menores em São Luís (14,0%), Rio Branco (19,2%) e Salvador (20,2%). Entre mulheres, as maiores frequências foram encontradas em Florianópolis (52,1%), Belo Horizonte (51,4%) e no Distrito Federal (50,3%) e as menores em Rio Branco (25,7%), Porto Velho (28,2%) e Salvador (30,6%).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de pelo menos 400 gramas de frutas e hortaliças, o que equivale, aproximadamente, ao consumo diário de cinco porções desses alimentos.
A frequência de adultos que referiram o consumo de refrigerantes em cinco ou mais dias da semana variou entre 4% em Natal e 25,7% em Porto Alegre.
As maiores frequências, entre homens, foram encontradas em Campo Grande (28,8%), Porto Alegre (27,6%), e Cuiabá (24,6%) e, as menores em Natal (4,6%), Salvador (6,9%) e Teresina (7,1%). Entre mulheres, as maiores frequências foram encontradas em Porto Alegre (24,2%), Cuiabá (16,2%) e em Curitiba (15,8%), e as menores frequências em Maceió (2,8%), Natal (3,4%) e Salvador (3,8%).
No conjunto de capitais, a frequência do consumo de refrigerantes em cinco ou mais dias da semana foi de 14%, sendo mais elevada entre homens (17,2%) do que entre mulheres (11,3%).
A frequência de adultos que referiram o consumo de cinco ou mais grupos de alimentos ultraprocessados no dia anterior à entrevista variou entre 10% em Salvador a 27,8% em Macapá.
As maiores frequências dessa condição entre homens foram encontradas em Curitiba (32,3%), Porto Alegre (30,0%) e Manaus (29,7%), e as menores ocorreram em Salvador (13,3%), Aracaju (15,1%), João Pessoa e Vitória (15,3%). Entre mulheres, as maiores frequências foram encontradas em Macapá (26,9%), Cuiabá (20,4%) e Porto Alegre (19,7%), e as menores em Salvador (7,3%), Vitória (8,6%) e Florianópolis (10,5%).
Na pesquisa, foram avaliadas atividades físicas praticadas em quatro contextos: no tempo livre ou lazer, na atividade ocupacional, no deslocamento e no âmbito das atividades domésticas.
A frequência de adultos que fazem atividade física no tempo livre equivalente a pelo menos 150 minutos de prática moderada por semana variou entre 32,3% em São Paulo e 44,0% em Vitória.
Entre homens, as maiores frequências foram encontradas em Belém (50%), Recife (49,2%), São Luís e Aracaju (49%), e as menores em Campo Grande (35,9%), São Paulo (36,6%) e Cuiabá (39,6%). Entre mulheres, as maiores frequências foram observadas em Vitória (44,5%), Palmas (41,7%) e Natal (39,7%), e as menores no Rio de Janeiro (24,2%), em São Paulo (28,7%) e Porto Alegre (30,1%).
A pesquisa considera como prática insuficiente de atividade física o equivalente a menos de 150 minutos semanais da soma de tempo gasto em todos os tipos de atividades físicas moderadas e menos de 75 minutos de intensidade vigorosa.
A frequência de adultos com prática insuficiente de atividade física variou entre 39,8% em Goiânia e 51,8% em Porto Alegre. Entre homens, as maiores frequências foram encontradas em Campo Grande (46,1%), Cuiabá (44,8%) e João Pessoa (43,5%), e as menores em Goiânia (30,3%), Boa Vista (33,7%) e Natal (33,9%). Entre mulheres, as maiores frequências foram observadas no Rio de Janeiro (63,1%), em Porto Alegre (59,6%) e Manaus (59,2%), e as menores em Florianópolis (43,4%), Goiânia (48,2%) e
Vitória (48,8%).
A frequência de adultos que avaliaram negativamente seu estado de saúde (como ruim ou muito ruim) variou entre 3,0% em Florianópolis e 7,2% em Rio Branco. No conjunto das 27 cidades, 4,7% dos indivíduos avaliaram negativamente o seu estado de saúde, sendo essa proporção maior em mulheres (5,5%) do que em homens (3,7%).
A frequência de adultos que referiram diagnóstico médico de depressão variou entre 7,2% em Belém e 17,5% em Porto Alegre. No contexto das capitais, a frequência do diagnóstico médico de depressão foi de 11,3%, sendo maior entre as mulheres (14,7%) do que entre os homens (7,3%).
Os dados da pesquisa Vigitel são utilizados por gestores e analistas de dados na formulação de políticas públicas em saúde.
De acordo com o Ministério da Saúde, a partir deste ano, as informações geradas também serão disponibilizadas na Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (IVIS), permitindo a consulta aos indicadores para cada fator de risco monitorado por ano.