Diante deste cenário, a CNN questionou especialistas se finalmente chegou o momento de frequentar restaurantes, encontrar amigos e suar na academia de forma segura. A resposta, segundo o infectologista Rodrigo Molina, da Sociedade Brasileira de Infectologia, é: só se as medidas de prevenção foram estritamente mantidas: uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos.
Mesmo com maior número de vacinados, não é momento de relaxar as medidas de prevenção contra a Covid-19, porque nenhuma vacina disponível no país impede a contaminação e, por consequência, a transmissão. Sem estes cuidados, aumenta muito a chance de a Delta se disseminar – o que já está ocorrendo em outros países, como os Estados Unidos, Reino Unido e Israel, que estão mais adiantados na vacinação.
“A grande arma da vacina é prevenir casos graves e mortes, mas infelizmente ela não protege 100% de contrair Covid-19 e transmiti-la para outras pessoas”, afirma o infectologista Julival Ribeiro, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.
A seguir, os especialistas explicam frequentar locais com segurança:
Não. A vacina não evita a transmissão do coronavírus, e a aglomeração aumenta esse risco, sobretudo para quem não está vacinado.
Não. Uma dose pode conferir certa imunidade, que vai se perdendo com o tempo, por isso há necessidade de completar o esquema com a segunda dose para estar realmente imunizado.
Não pode. As vacinas disponíveis não têm eficácia de 100%, portanto não nos protegem totalmente de contrair o coronavírus. No entanto, pessoas vacinadas têm menor chance de contrair as formas mais graves da Covid-19, que podem levar a hospitalizações e à morte. Por isso, é recomendável manter o uso de máscara, o distanciamento social e evitar aglomerações, mesmo vacinado com as duas doses.
Não. Nestes locais há maior risco de exposição ao coronavírus. Seja pela possibilidade de aglomeração, seja porque as pessoas deixam de usar máscara para tomar banho.
Sim. Apesar de pesquisas demonstrarem que o risco de contrair o vírus em superfícies é mais baixo do que pelo ar, é adequado retirar a roupa e tomar um banho ao chegar em casa, para evitar uma possível exposição ao coronavírus.
Sim, desde que mantido o uso de máscara o tempo todo e a higienização das mãos com álcool em gel depois que tocar em superfícies. É importante evitar tocar o rosto, os olhos e a boca antes de higienizar as mãos.
Sim. O importante aqui é que ambos se protejam toda vez que saírem de casa - usem máscara, higienizem as mãos com frequência, evitem aglomerações e mantenham o distanciamento social. Ambos correm o risco de contrair o coronavírus, mas com essas medidas ele diminui bastante. Neste caso, quem apresentar sintomas gripais, como febre e dor no corpo, deve procurar um serviço de saúde para fazer o teste de detecção do coronavírus.
Em caso positivo, é necessário fazer distanciamento um do outro por pelo menos 14 dias. Se ambos estiverem infectados, o isolamento pode ser feito em conjunto pelo mesmo período.
Não. Pessoas vacinadas podem contrair o coronavírus e transmiti-lo. Fora isso, as vacinas em idosos tendem a ter menor eficácia, o que justifica alguns adoecerem mesmo após as duas doses da vacina. Portanto, ainda é importante que os idosos usem máscara, e quem tiver contato com eles também.
Sim. Desde que mantenha as seguintes recomendações: uso constante de máscara de ampla proteção, preferencialmente N95 ou PFF2, que precisa ser trocada se for danificada ou molhada; uso de álcool em gel ao tocar objetos; manter o distanciamento de ao menos 1,5 metro entre colegas.
É importante que o local de trabalho tenha limitação de pessoas por metro quadrado. Essa limitação é determinada por decreto municipal, portanto, pode ser diferente entre cidades.
Não é recomendado realizar festas, porque nenhum decreto municipal atualmente permite e para evitar aglomeração. A polícia pode ser avisada e autuar quem fizer festas durante a pandemia.
Sim. Desde que não brinquem com outras crianças sem máscara, para evitar o risco de transmissão do coronavírus. O ideal é a criança permanecer com a família ou com quem a levou ao parque.
Sim. Podem frequentar, mantendo os seguintes cuidados: uso de máscara o tempo inteiro; uso de álcool em gel nas mãos sempre que tocar uma superfície; não levar as mãos à boca, aos olhos e ao nariz sem higienizá-las antes; manter o distanciamento social de ao menos 1,5 metro de qualquer pessoa; treinar e deixar a academia imediatamente (tomar banho em casa).
Não. A pessoa não vacinada corre mais risco de ter a forma grave de Covid-19, portanto, deve evitar este tipo de exposição. Isso porque os amigos, mesmo vacinados, podem contrair a doença (geralmente de forma assintomática) e transmiti-la, sobretudo quando estiverem conversando, comendo e bebendo.
Sim. Você pode frequentar reuniões religiosas, mantendo cuidados como uso de máscara o tempo todo, de preferência máscaras do tipo N95 ou PFF2; distanciamento de ao menos 1,5 metro de cada pessoa; uso de álcool gel nas mãos ao tocar superfícies e estar ciente se o estabelecimento segue ordens municipais de lotação.
Não é recomendado, porque em ocasiões como esta aumenta muito a chance de exposição e de transmissão do coronavírus por gotículas que saem da boca ao falar, comer ou beber. Vacinado ou não, você pode contrair o coronavírus e transmitir para outras pessoas. Quem não estiver vacinado pode desenvolver a forma mais grave da doença, que envolve hospitalização e risco de morte.
Sim. É seguro ir ao supermercado, desde que se mantenham os seguintes cuidados: uso de máscara que cubra a boca e o nariz o tempo todo e o uso de álcool em gel para higienizar as mãos após tocar em superfícies.
Sim, por ser um local fechado, com pouca ventilação e sujeito a aglomeração. Em condomínios, o ideal é que o elevador seja usado somente por pessoas da mesma família, todos com máscaras se a idade permitir (crianças abaixo de dois anos não devem usar máscara). Pessoas sem máscara devem ser impedidas de entrar se houver outras pessoas no elevador. No trabalho, todos devem usar máscaras e respeitar o distanciamento social (1,5 metro).