As informações fazem parte dos resultados do Atlas do Diabetes de 2021, levantamento realizado periodicamente pela federação.
Nesta semana, o CNN Sinais Vitais reapresenta o episódio que mostra como é a vida e a rotina dos pacientes diagnosticados com a doença. A reprise do programa, apresentado pelo cardiologista Roberto Kalil, vai ao ar neste domingo (20), às 19h45, reforçando o conteúdo diversificado com a marca CNN Soft.
“Antes de 1921, quem tinha diabetes tipo 1 tinha por volta de oito meses de sobrevida”, afirmou a endocrinologista Denise Franco, diretora da Associação Diabetes Brasil. No último século, os avanços alcançados pela medicina no tratamento e controle do diabetes são motivos para celebração.
Dona Carmen Wills, aposentada de 90 anos e uma das pessoas com o diagnóstico mais antigo de diabetes no Brasil, mostra como é possível viver bem com a doença desde que haja o controle adequado.
Ela descobriu o diabetes tipo 1 em 1950, quando percebeu sintomas de apetite descontrolado, muita sede e desidratação. Na época, só havia um tipo de insulina, a insulina rápida, aplicada antes de cada refeição. Depois, veio a básica, chamada de NPH, feita do pâncreas de porco.
“A seringa era de vidro, eu tinha que ferver cada vez que usava e a agulha era grande, então as injeções não eram assim tão suaves. A gente também não tinha como controlar a doença, tinha que recolher a urina em um tubo de ensaio, jogar um reagente, ferver, para ver a cor que ficava”, contou.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Domingos Malerbi, a evolução no tratamento da doença permitiu o desenvolvimento de medicamentos que não só reduzem a glicose, mas protegem o rim e o coração dos efeitos da hiperglicemia.
As insulinas hoje são muito melhores do que as que havia há 50 anos. A forma de istrar a insulina também mudou, antigamente eram seringas de vidro, com agulha de metal, hoje você tem canetas muito modernas, muito fáceis de manipular
Desde 2019, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza as canetas de insulina, que têm aplicação fácil e que quase não causam dor.
A terapia com células-tronco é outro tratamento que tem mostrado resultados promissores. O médico Carlos Eduardo Barra Couri, endocrinologista e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto, integra um grupo de pesquisa pioneiro na área.
“Eu me lembro quando a gente começou com os resultados, se falava em cura. Não é cura, eu adoraria falar que é cura, mas sem dúvida é uma maneira mais fácil de cuidar do diabetes”, afirma.
O episódio mostra o caso clínico do médico Renato Silveira, que foi o quinto paciente a fazer a terapia experimental de transplante de medula para tratamento de diabetes tipo 1. Com o procedimento, ele ou 11 anos e meio sem realizar o uso de insulina.
O Brasil é o quinto país com maior incidência de diabetes, atrás da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. São 16 milhões de diabéticos e a estimativa é de que, em 2030, a doença acometa mais de 20 milhões de brasileiros, segundo a Federação Internacional de Diabetes.
Segundo o endocrinologista Antônio Roberto Chacra, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, a identificação do diabetes é simples e pode ser realizada a partir de exames de sangue e perguntas de rotina.
O diabetes pode ser prevenido e controlado a partir da adoção de uma alimentação saudável e balanceada e da prática regular e moderada de atividades físicas.
“Além da predisposição genética, tem dois fatores que são fundamentais no aparecimento do diabetes: a obesidade, com alimentação inadequada, e o sedentarismo”, afirma a médica Maria Elizabeth Rossi, chefe da Unidade de Diabetes da Faculdade de Medicina da USP (veja a entrevista no vídeo acima).