Em entrevista à CNN, Côrtes questionou o contrato de R$ 478 milhões firmado para a organização do evento.
O parlamentar destacou a necessidade de investigar minuciosamente os detalhes do acordo. "Sinceramente, isso me cheira muito mal. Eu espero que as autoridades do governo federal tenham elas próprias o total interesse de investigar esse caso, porque cada centavo que está nessa planilha vai ser aberto pro Brasil inteiro conhecer", afirmou Côrtes.
Côrtes revelou que o contrato foi assinado por um funcionário da Casa Civil, identificado como Walter, que teria sido preso durante a Operação Lava Jato, embora não tenha sido condenado.
Esta informação aumentou as suspeitas do vice-presidente da Câmara sobre a legitimidade do acordo.
O deputado também questionou a falta de licitação para o serviço: "Se essa organização tem melhor pontuação ou qualificação, ela possivelmente teria ganho à licitação, mas teria uma disputa de preço".
Ele enfatizou a importância de valorizar profissionais brasileiros na organização de eventos desse porte.
Como parte de suas atribuições institucionais, Côrtes informou que já autorizou um pedido de informações ao presidente do Tribunal de Contas da União sobre o contrato. Além disso, ele mencionou a possibilidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (I) para investigar o caso, bem como a utilização de requerimentos de informação nas comissões permanentes da Câmara.
"É um absurdo a gente voltar àquele tempo de corrupção de contratos superfaturados, especialmente numa conferência que envolve vários países do mundo e que é realizada aqui no Brasil", concluiu o vice-presidente da Câmara, ressaltando a importância de garantir a transparência e a eficiência na organização da COP30.