AGU vai apurar ações de Trump Media e Rumble contra Moraes

Jorge Messias acionou escritório nos EUA para monitorar processos

João Rosa e Luísa Martins, da CNN
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A Advocacia-Geral da União (AGU) vai apurar as ações do grupo Trump Media e da plataforma Rumble ajuizadas no Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em mais um capítulo da crise entre o governo Donald Trump e o STF, as empresas pedem que Moraes seja responsabilizado por supostas censuras que teriam sido cometidas contra companhias e cidadãos norte-americanos.

A CNN apurou que o ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, acionou o escritório da pasta nos Estados Unidos para monitorar se as ações já estão de fato tramitando e sob quais termos. A partir daí, vai definir os próximos os.

Interlocutores da AGU e do Supremo veem a ação como uma resposta ao avanço do julgamento sobre a regulamentação das redes sociais. O placar está 3 a 1 pela responsabilização das plataformas por conteúdos indevidos dos seus usuários.

A petição inicial, obtida pela CNN, afirma que Moraes violou a Primeira Emenda da Constituição dos EUA ao emitir "ordens secretas de censura extraterritorial" contra usuários e plataformas sediadas em território americano.

O documento cita o inquérito das fake news, do qual Moraes é relator, como instrumento de perseguição política. Também menciona a investigação contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA.

Segundo os autores da ação, Moraes teria agido de forma ilegal ao aplicar leis brasileiras sobre liberdade de expressão nos Estados Unidos, forçando empresas como a Rumble a remover conteúdos e bloquear usuários.

“Ao exigir que empresas americanas cumpram ordens sigilosas, sob pena de sanções no Brasil, Moraes ultraou sua autoridade e feriu garantias constitucionais dos EUA”, destaca a petição.

A CNN procurou o Supremo para manifestação, mas até o momento não houve posicionamento do tribunal.