Segundo informações de promotores e policiais do Rio e do Ceará, os criminosos integram o Comando Vermelho cearense e comandavam atividades criminosas no Nordeste enquanto se escondiam na comunidade.

A operação foi resultado de uma ação conjunta entre o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), o Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Polícia Militar fluminense, com o apoio de aproximadamente 80 agentes do Comando de Operações Especiais, que reúne o BOPE, o Batalhão de Choque e o Primeiro Comando de Área. O objetivo era cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Ceará.

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Durante a ação, duas mansões e dois prédios foram descobertos na Rocinha, funcionando como base de apoio e alojamento para ao menos 110 criminosos vindos do Ceará. Segundo o Ministério Público, os traficantes utilizavam essas estruturas para se esconder e continuar coordenando remotamente execuções e o tráfico de drogas no estado nordestino.

"Há indícios de que mais de mil homicídios tenham sido ordenados do Rio para aquele estado ao longo dos últimos dois anos", afirmou o procurador-geral de Justiça do MPRJ, Antonio José Campos Moreira.

O plano de inteligência das instituições envolvidas já havia identificado que os criminosos estavam fortemente armados, com cerca de 70 fuzis localizados na área onde se esconderam. A operação também teve como foco o sequestro de bens dos investigados, reforçando a estratégia de enfraquecer financeiramente o braço do Comando Vermelho no Ceará.

Traficantes cearenses do Comando Vermelho escondidos na Rocinha possuíam armamento pesado • Polícia Militar do Rio de Janeiro
Traficantes cearenses do Comando Vermelho escondidos na Rocinha possuíam armamento pesado • Polícia Militar do Rio de Janeiro

Durante a operação no sábado, o policial Marcos Davi Lima José foi atingido por um tiro no pescoço e encaminhado ao Hospital Municipal Miguel Couto, onde ou por cirurgia. Segundo a PMERJ, o agente já teve alta.

A investigação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO/MPCE), com apoio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ), da Coordenadoria de Inteligência da Investigação (CI2/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

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