“O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um genocídio de um exército altamente preparado contra mulheres e crianças, é contra isso que a humanidade tem que se indignar”, exclamou o presidente.
A fala de Lula foi feita durante uma declaração conjunta com o presidente da França, Emmanuel Macron, em Paris. O brasileiro está no país em uma visita de Estado de seis dias.
Segundo ele, é por conta do genocídio que faz exigências recorrentes para haver mudanças no conselho de segurança da ONU, pois a organização “não pode ser a mesma de 1945”.
“Não podemos tratar os palestinos como cidadãos de segunda ou terceira categoria, são seres humanos que querem viver como nós”, declarou o presidente. “Aquele é um território que um povo conquistou, depois de muito sacrifício. Vamos garantir que eles construam, em harmonia com o Estado de Israel, o direito de viver, é apenas isso”.
Ao falar sobre a área demarcada em 1967, Lula se referiu a proposta que reconheceria uma linha de demarcação, conhecida como Linha Verde, para dividir terras palestinas e israelenses, sujeita a permutas de terras com base em negociações, e dividiria Jerusalém entre os dois estados.
Com isso, a região chegaria a uma solução de dois Estados, defendida por diversos líderes mundiais.
Israel intensificou as operações militares no território no início de maio, afirmando que busca eliminar as capacidades militares e governamentais do Hamas e trazer de volta os reféns restantes capturados no ataque do dia 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas, segundo dados israelenses.
O exército israelense afirma fazer o possível para evitar a morte de civis, ao contrário do Hamas, que usa cidadãos de Gaza como escudos humanos, operando em áreas densamente povoadas, zonas humanitárias, escolas e hospitais.
O grupo palestino nega a afirmação.
A campanha israelense, desencadeada depois que militantes islâmicos invadiram comunidades israelenses, devastou Gaza e expulsou quase todos os seus moradores de suas casas.
A ofensiva matou mais de 54 mil palestinos em Gaza, muitos deles civis, segundo as autoridades de saúde.