O cessar-fogo temporário foi pedido pelo presidente dos EUA, Joe Biden, seu colega francês, Emmanuel Macron, e outros aliados durante a Assembleia Geral da ONU na semana ada.

“Ele [Nasrallah] concordou, ele concordou”, disse Habib a Christiane Amanpour em uma entrevista exibida nesta quarta-feira (2).

“Nós concordamos completamente. O Líbano concordou com um cessar-fogo, mas consultando o Hezbollah. O presidente da [Câmara Libanesa], Sr. Nabih Berri, consultou o Hezbollah e nós informamos os americanos e os ses sobre o que aconteceu. E eles nos disseram que o Sr. [Primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu também concordou com a declaração que foi emitida por ambos os presidentes [Biden e Macron.]”

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O conselheiro sênior da Casa Branca, Amos Hochstein, deveria ir ao Líbano para negociar o cessar-fogo, continuou Habib.

“Eles nos disseram que o Sr. Netanyahu concordou com isso e então também obtivemos o acordo do Hezbollah sobre isso e você sabe o que aconteceu desde então”, continuou Habib.

Nasrallah foi morto em um ataque aéreo israelense na sexta-feira nos subúrbios ao sul da capital libanesa, Beirute.

Um dia antes, uma declaração conjunta emitida pelos Estados Unidos, França, Austrália, Canadá, União Europeia, Alemanha, Itália, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Catar apelou a um cessar-fogo de 21 dias, “para dar à diplomacia uma oportunidade de ter sucesso e evitar novas escaladas através da fronteira”.

Em resposta a uma pergunta sobre a diminuição da influência dos Estados Unidos na região, Habib disse que Washington “sempre foi importante nesse sentido”.

“Não acho que tenhamos uma alternativa. Precisamos da ajuda dos Estados Unidos. Se a receberemos ou não, ainda não temos certeza, mas [os] Estados Unidos são muito importantes, vitais para que o cessar-fogo aconteça”, disse Habib.

Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio

ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.

São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.

Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos. O Exército israelense iniciou uma "operação terrestre limitada" no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute. As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas. No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.

Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano. Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino. Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense.

A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas. 

 

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