Izabella Teixeira: Saída dos EUA do Acordo de Paris é grave

Ex-ministra do Meio Ambiente analisa atuação de nações na COP

Duda Cambraia, da CNN
Donald Trump assinando decretos presidenciais na arena Capital One, incluindo retirada dos EUA do Acordo de Paris.
Donald Trump assinando decretos presidenciais na arena Capital One, incluindo retirada dos EUA do Acordo de Paris.  • CNN
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A ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira foi a convidada do primeiro episódio da segunda temporada do CNN Sustentabilidade. Para a ambientalista, a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris “é grave”.

“Não estamos dizendo sobre o que está acontecendo hoje, que é fruto do acúmulo de emissões dos anos ados, mas sobre o futuro, é uma decisão que você compromete o futuro”, explica a ex-ministra.

Izabella era ministra do Meio Ambiente quando o Acordo de Paris foi assinado em 2015. Ela participou das negociações na Conferência.

A ex-ministra destaca que os Estados Unidos são o segundo maior emissor global de CO2, o que torna ainda mais preocupante o desembarque do compromisso que busca combater o aquecimento global.

Veja ranking dos países mais poluidores:

Ranking dos países mais poluidores. • CNN
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Matriz energética:

Izabella ainda relembra que os Estados Unidos fizeram a segurança energética substituindo o carvão por ‘shale oil’, um combustível fóssil. A ex-ministra enfatiza que toda a matriz energética do mundo, desde da Revolução Industrial, está baseada em combustíveis fósseis. E questiona: “estamos dispostos a mudar o sistema de energia do mundo que estabelece poder?”.

A ambientalista explica que muitos países “topam comprar tempo e adiar as ações”. No caso do Brasil, o país tem condições de manter uma matriz energética renovável.

“Nós tomamos a decisão lá no ado de fazer hidroelétrica, de apostar no etanol, porque a gente não tinha dólar para explorar petróleo. Nós fomos explorar petróleo depois. A grande verdade é que o Brasil precisa tomar decisões e decidir como ele quer estar no futuro”, afirma Izabella Teixeira.