A decisão da Justiça foi motivada por uma suposta falsificação da do Coronel Nunes, um dos vice-presidentes da entidade, em um documento que reforçava o poder de Ednaldo Rodrigues dentro da CBF.

Essa não é a primeira disputa política e jurídica na qual Ednaldo se vê envolvido. E também não é seu primeiro afastamento do cargo. O dirigente assumiu a CBF de forma interina em 2021 após o afastamento de Rogério Caboblo e, desde então, preside a entidade em meio a acontecimentos polêmicos dentro e fora de campo.

Linha do tempo: Ednaldo na presidência da CBF

• Junho de 2021
  Rogério Caboblo, então presidente da CBF, foi afastado do cargo após denúncias de assédio moral e sexual. Coronel Nunes assumiu a entidade de forma interina por ser o vice-presidente mais velho entre os oito.
• Agosto de 2021
  Em agosto de 2021, Ednaldo Rodrigues foi nomeado presidente interino da CBF pelo Conselho de istração da entidade substituindo Coronel Nunes. O Conselho era formado pelos oito vice-presidentes, que aprovaram o nome do novo mandatário. Ednaldo era presidente da Federação Baiana de Futebol.
  Ainda em 2021 a Justiça anulou a eleição de Caboclo e nomeou Rodolfo Landim, então presidente do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, como interventores devido a uma ação de 2017 que questionava as regras eleitorais da entidade, mas essa decisão foi cassada pouco tempo depois.
• Março de 2022
  Ednaldo Rodrigues foi eleito presidente da CBF no dia 23 de março de 2022, com mandato até março de 2026 e direito a disputar uma reeleição. A eleição ocorreu após a CBF um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Rio de Janeiro. Ednaldo foi o único candidato do pleito e recebeu 137 dos 141 votos possíveis. A gestão oficial de Ednaldo Rodrigues contava com quatro novos vice-presidentes: Rubens Lopes (presidente da Federação do Rio), Reinaldo Carneiro Bastos (presidente da Federação Paulista), Hélio Cury (presidente da Federação do Paraná) e Roberto Góes (presidente da Federação do Amapá). Os outros quatro vice-presidentes permaneceram da gestão de Caboclo: Fernando Sarney (MA), Francisco Noveletto (RS), Marcus Vicente (ES), que não tinham ligações com as federações de seus Estados à época, e Antonio Aquino (presidente da Federação do Acre).
• Novembro de 2022
  Em novembro de 2022, a Seleção Brasileira disputou a primeira Copa do Mundo sob o comando de Ednaldo Rodrigues na presidência. O mandatário manteve o técnico Tite, que já estava no cargo, no comando da equipe. O Brasil foi eliminado nas quartas de final pela Croácia em disputa de pênaltis.
• Julho de 2023
  Depois da Copa do Mundo, Tite optou por deixar o comando da Seleção. Somente no dia 4 de julho de 2023, a CBF anunciou Fernando Diniz como técnico interino. A entidade aguardava a chegada de Carlo Ancelotti, que tinha contrato com o Real Madrid. Diniz era técnico do Fluminense e manteve os dois cargos ao mesmo tempo.
• Agosto de 2023
  Depois da Copa do Mundo masculina, a primeira Copa do Mundo feminina sob o comando de Ednaldo Rodrigues foi ainda mais decepcionante para os torcedores. A Seleção Brasileira, sob comando da técnica Pia Sundhage, não ou nem da fase de grupos. A técnica acabou demitida e Arthur Elias, técnico do Corinthians, assumiu o cargo.
• Dezembro de 2023
  No dia 7 de dezembro de 2023, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) decidiu retirar Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF e nomeou o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz de Jesus, como interventor. Perdiz deveria convocar novas eleições em 30 dias.
  Ednaldo recorreu da decisão e, em 13 de dezembro, a presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Thereza de Assis Moura, negou o pedido do dirigente para retornar à presidência da entidade.
  O caso então foi parar no Supremo Tribunal Federal. O PSD (Partido Social Democrático) acionou o STF contra a decisão de afastamento de Ednaldo.
• Janeiro de 2024
  No dia 4 de janeiro de 2024, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os efeitos das decisões da Justiça do Rio de Janeiro que levaram ao afastamento de Ednaldo Rodrigues da CBF. O mandatário voltou ao comando da entidade máxima do futebol. A decisão, entretando, era provisória e precisaria de análise do plenário do Supremo.
  Além da turbulência política, a Seleção Brasileira também ficou sem técnico. No dia seguinte de volta ao comando da CBF, Ednaldo Rodrigues desligou Fernando Diniz do cargo de técnico interino.
  Pouco depois, no dia 10 de janeiro, Dorival Jr. foi anunciado como o novo técnico da Seleção, deixando o São Paulo, onde tinha conquistado a Copa do Brasil em 2023.

• Fevereiro de 2024
  Brasil não conseguiu vaga para disputar a Olimpíada de Paris e ficou de fora da competição.
• Maio de 2024
  O Brasil foi escolhido para sediar a próxima Copa do Mundo Feminina de 2027. No dia 17 de maio, a candidatura brasileira derrotou a europeia formada por Alemanha, Bélgica e Holanda. Será a primeira vez da competição na América do Sul.
• Julho de 2024
  Em julho de 2024, o Brasil disputou a primeira competição oficial sob comando de Dorival Jr. A Seleção acabou eliminada da Copa América nas quartas de final, sendo superada pelo Uruguai nos pênaltis.

• Agosto de 2024
  A Seleção Feminina conquistou a prata olímpica em Paris 2024. O Brasil fez uma campanha heróica, deixando Espanha e França pelo caminho, mas acabou derrotada pelos Estados Unidos na final.

• Outubro de 2024
  O julgamento para decidir o futuro de Ednaldo na presidência da CBF foi marcado para outubro de 2024. No dia 9, Gilmar Mendes votou para confirmar o cargo do dirigente, mas o ministro Flávio Dino fez um pedido de vista e o julgamento foi paralisado sem data definida para retorno.
• Novembro de 2024
  Em novembro, Assembleia Geral Extraordinária aprovou mudança no estatuto que permite um terceiro mandato ao presidente da CBF.
• Dezembro de 2024
  Ronaldo Fenômeno confirmou candidatura à presidência da CBF. O pentacampeão mundial prometeu viajar pelo Brasil em busca de apoio para fazer oposição a Ednaldo no próximo pleito.
• Fevereiro de 2025
  No dia 21 de fevereiro de 2025, o ministro Gilmar Mendes homologou um acordo entre a CBF, cinco dirigentes da entidade e a Federação Mineira de Futebol (FMF) que reconhecia a Assembleia Geral Extraordinária e a Assembleia Geral Eleitoral, responsáveis pela eleição de Ednaldo Rodrigues como presidente da CBF, em março de 2022. Dessa forma, Ednaldo Rodrigues foi mantido no cargo, já que a ação no Supremo, que colocava sua eleição em risco, deixou de existir. am o documento: Antônio Carlos Nunes de Lima (Coronel Nunes), Castellar Neto, Fernando Sarney, Gustavo Feijó, Rogério Caboclo, a Federação Mineira de Futebol e a própria CBF.
• Março de 2025
  No dia 12 de março, Ronaldo Fenômeno desistiu da candidatura para predidência da CBF por falta de apoio das federações. O ex-jogador revelou que 23 das 27 federações se recusaram a abrir diálogo.
  Quatro dias após a desistência de Ronaldo, a CBF anunciou a data da eleição para a presidência.
  O pleito aconteceu no dia 24 de março e Ednaldo Rodrigues foi reeleito até 2030. O mandatário concorreu de novo como único candidato, mas dessa vez teve apoio unânime das federações.
  No fim do mês, Dorival Jr. foi demitido da Seleção Brasileira após vexame contra a Argentina pelas Eliminatórias.

• Maio de 2025
  No início de maio, a deputada Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, e Fernando Sarney, vice-presidente da CBF, pediram que a homologação do acordo que manteve Ednaldo Rodrigues na presidência fosse suspensa.
  O pedido foi negado pelo STF no dia 7 de maio “em razão da falta de legitimidade dos requerentes para atuar em ação de controle concentrado”.
  No dia 12 de maio, a CBF anunciou Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção Brasileira. O italiano vai deixar o Real Madrid após o fim da temporada europeia e comandará o Brasil na Data Fifa de junho.
  No dia 15, Ednaldo Rodrigues foi afastado da presidência da CBF por decisão do desembargador Gabriel De Oliveira Zefiro, da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que atendeu o pedido do vice-presidente, Fernando Sarney.

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