Em entrevista ao CNN Money nesta quinta-feira (29), Machado apontou que este foi mais um exemplo de o governo escolhendo um caminho que mantenha o nível dos gastos invés de fazer o ajuste fiscal necessário.
Além disso, questiona o fato de o governo estar utilizando um imposto que a Constituição define como regulatório para fins de arrecadação.
No último dia 22, o Executivo anunciou, em paralelo a um congelamento de R$ 31,3 bilhões, a alta do IOF para operações ligadas a previdência privada, crédito empresarial e câmbio.
Com a repercussão negativa da matéria, o Ministério da Fazenda voltou atrás com parte do decreto ligada ao envio de remessas ao exterior.
Machado viu o recuo como salutar. Sua avaliação é de que as taxas derrubadas soavam como um "controle de capitais disfarçado", que poderia acabar um efeito controverso: invés impedir o envio de remessas, poderia incentivar a fuga de capital por conta de incertezas que geraria.
O economista também criticou o efeito que a medida tem sobre o crédito no país. Segundo a XP, a medida proposta pelo governo é equivalente a uma elevação de 0,25 a 0,5 ponto percentual da Selic, atualmente em 14,75% ao ano. Ou seja, o aumento do IOF tem potencial para fazer a economia brasileira rodar como se os juros estivessem em até 15,25% ao ano.
O ree aos consumidores tem uma estimativa ainda mais negativa. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aponta que o custo efetivo do crédito deve subir em até 40%.
"As razões para justificar esse tributo não param de pé", pontuou Machado, enfatizando que "como está não vai ficar", ao olhar para a resistência do Congresso, que ameaça derrubar a medida. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos - PB), também se posicionou contrário à medida e deu um prazo de 10 dias ao governo para dialogar e apresentar uma contraproposta.
"Esse tributo ele simplesmente acaba com a indústria e não vai gerar um real de captação. [Por exemplo], porque ninguém vai pagar 5% pra fazer um fundo de previdência. Esse é o pior dos remédios, é um veneno. Ele mata o doente e não resolve nada", concluiu o sócio-gestor da MAG Investimentos.
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