Somados, os contratos podem gerar garantias de investimento de até R$ 100 bilhões de reais.

A próxima disputa está marcada para o dia 26 de junho, para a otimização do trecho da BR-101 que vai desde a divisa entre Rio de Janeiro e Espírito Santo até o sul da Bahia.

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O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, avalia que o Brasil se beneficia de um cenário que já se repetiu em outros mercados em desenvolvimento nos últimos anos, como Índia e Colômbia.

Ele ainda aponta que só foi possível organizar esse modelo por conta de uma série de mudanças regulatórias que deram atratividade aos projetos — entre elas, a ampliação do escopo dos riscos compartilhados entre os ganhadores das concessões e o Executivo.

"Fizemos vários ajustes pontuais a partir de oitivas do mercado. A gente precisava ter uma carteira de projetos confiável. E a questão principal é previsibilidade”, afirmou o secretário no Summit Concessões de Rodovias, realizado nesta quarta-feira (28) na B3, em São Paulo.

Para o calendário de 2026, entretanto, a expectativa do governo é de que os maiores projetos rodoviários do país já tenham sido leiloados, e que os próximos certames sejam de concessões de trajetos com menos valor de mercado.

Para garantir a atratividade dos projetos, o Ministério dos Transportes aposta num modelo de concessões com um escopo reduzido de entregas, limitado à estrutura e à segurança viária.

Hoje, a maioria dos grandes projetos da pasta conta com entregas relacionadas à ampliação de serviços aos municípios atendidos, como iluminação pública e conectividade das rodovias.

"Em 2026 vamos viver dessas concessões, que estamos chamando de concessões inteligentes. Muitas não têm necessidade de grande investimento, mas sim de recuperação e manutenção desse ativo”, afirma Santoro.

Atração de investimento estrangeiro

A agenda de ampliação das concessões rodoviárias depende, segundo o próprio governo, da entrada de novos concorrentes de fora do país nas disputas regionais.

Para atrair os investidores, a estratégia inclui a promoção de reformas regulatórias que aproximem o Brasil das práticas exigidas dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Até o fim de 2026, o governo estima que as concessões rodoviárias somem R$ 343 bilhões, em 44 projetos distintos.

Ainda assim, o setor enfrenta desafios para garantir a atratividade dos leilões.

"Precisamos também melhorar a Taxa de Retorno e a Matriz de Riscos dos projetos. A alta de juros é um problema que ainda a ser endereçado. Eventualmente, pode haver oscilações do custo de financiamento que não sejam previsíveis ao tempo do leilão”, avaliou durante o evento Fernando Vernalha, advogado e curador do Summit Concessões de Rodovias.

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