O Banco Central (BC) anunciou a nova modalidade de pagamentos instantâneos programados nesta quarta-feira (4).

O Pix Automático permitirá que consumidores autorizem, uma única vez, o pagamento recorrente de contas como luz, água, telefone, mensalidades escolares, academias, condomínios, s, planos de saúde e seguros. A ferramenta entrará em operação no dia 16 de junho.

O Pix é o meio de pagamento e transferências mais usado pelos brasileiros, apontam dados do Banco Central. Em abril deste ano, foram efetuados 6.278 bilhões de Pix. Por outro lado, no mesmo mês, os brasileiros pagaram 341 milhões de boletos.

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Em outras palavras, para cada boleto pago, foram feitos 18 Pix no país no último mês de abril.

O CEO e cofundador da PagBrasil, Ralf Germer, recorda que, durante muito tempo, o boleto bancário foi a principal alternativa para quem não tinha cartão de crédito. O especialista avalia o boleto como um processo lento, sujeito a falhas, reemissões e esquecimentos.

Já o Pix Automático pode ser uma resposta direta a essas limitações, oferecendo uma experiência mais ágil e segura.

“O Pix Automático tem tudo para se tornar o principal meio de pagamento recorrente no Brasil. Ele dispensa cartões e limites de crédito, não depende de vencimentos ou emissões e garante aprovação instantânea", diz.

"Não significa que boletos e cartões vão desaparecer de imediato, mas sua participação deve cair bastante com a popularização da nova funcionalidade".

O CEO da TMB, fintech especializada em inteligência de crédito, Reinaldo Boesso, afirma que o boleto ainda é um pilar para grande parte da população brasileira.

Segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), cerca de 47% dos brasileiros preferem parcelar suas compras, e muitos o fazem por meio do boleto quando o valor ultraa o limite disponível do cartão de crédito.

“Quando um cliente compra um pacote de serviços parcelado, há toda uma engenharia financeira por trás. Há prazos de carência, condições promocionais, reajustes em caso de inadimplência e até renegociações. Isso exige flexibilidade. O boleto permite esse grau de personalização, o Pix, até agora, não”, explica.

Boesso crê que o futuro dos meios de pagamento será híbrido. Na leitura do especialista, o Pix automático deve ganhar protagonismo, especialmente em serviços de , contas fixas e pequenos compromissos mensais.

Porém, o boleto continuará presente onde houver necessidade de parcelamento customizado, operações de crédito mais complexas e públicos com menor o bancário.

“Enquanto o Pix automático representa um avanço inegável, o fim dos boletos ainda está longe de acontecer. E talvez, considerando as particularidades do nosso mercado e da nossa população, ele nem precise acontecer”, finaliza.

Inclusão

Durante o lançamento do Pix Automático nesta quarta, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o Pix Automático possibilitará que cerca de 60 milhões de usuários que não possuem cartão de crédito tenham o a serviços.

Galípolo ainda ressaltou que a nova ferramenta permitirá a redução de custos das empresas em serviços de cobrança recorrente, incluindo as grandes companhias.

"As grandes empresas vão poder colocar cobranças recorrentes através do Pix, com custo muito menor", disse Galípolo na abertura da terceira edição do evento Conexão Pix, promovido pelo BC.

No mesmo evento, o diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC, Renato Gomes, disse que o Pix Automático terá um "impacto notável" para empresas de todos os tamanhos, e não apenas as grandes.

"Hoje, se empresa quer realizar débito automático, ela tem que fazer um acordo bilateral com o banco e abrir uma conta. (Mas) somente as empresas grandes realizam estes acordos com bancos grandes", afirmou Gomes.

Segundo ele, com o Pix Automático as empresas em geral, incluindo concessionárias de serviços públicos e pequenos negócios, poderão ofertar aos clientes o pagamento recorrente.

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