A articulação partiu inicialmente da oposição, mas já encontra espaço entre parlamentares do Centrão e até de partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Reservadamente, alguns avaliam que Hugo pode ficar sem escolha. O argumento principal entre os parlamentares ouvidos pela CNN é que "ninguém aceita mais carga tributária" e que aumentar imposto é uma saída injusta.
A reação do setor produtivo também influencia os parlamentares, que costumam ter uma relação de proximidade com o empresariado ou até mesmo são egressos dessas camadas.
Em entrevista à CNN, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que o setor foi surpreendido com a elevação das alíquotas e prevê um efeito de elevação de mais 0,5% na taxa básica de juros, hoje em 14,75%, o maior patamar em quase vinte anos.
Líderes governistas, no entanto, minimizam as chances de qualquer texto para derrubar as cobranças ser aprovado e enxergam na boa relação de Hugo e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com o Planalto uma salvaguarda para evitar a derrubada das medidas pela Câmara.
Hugo já sinalizou, no entanto, que ouvirá a opinião do colégio de líderes sobre o assunto. Nas redes sociais, ele foi crítico: "Executivo não pode gastar sem freio e depois ar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto. Precisa de menos desperdício”.