O delivery, antes liderado com folga pelo iFood nas principais cidades brasileiras, entra em uma nova fase de concorrência no Brasil. Nomes como 99 Food e Rappi anunciaram ações para tentar conquistar parte do mercado. A estratégia a, primeiro, por tentar atrair os donos de restaurantes – que frequentemente reclamam das elevadas taxas cobradas pelas plataformas.
As duas empresas iniciaram a oferta de taxas a partir de 0% por até dois anos aos restaurantes parceiros. A intenção é conquistar empresários que pagam, atualmente, taxas que variam entre 15,2% e 26,2% ao líder iFood.
Essa investida da Rappi – que mantém posição discreta no mercado – e da 99 – que já operou no setor, mas desistiu – acontece antes da chegada da gigante chinesa Meituan, que promete investir US$ 1 bilhão (mais de R$ 5,5 bilhões) no país. A plataforma usará a marca Keeta, mas ainda não detalhou a política comercial.
Com taxas menores, os estabelecimentos ganham fôlego financeiro e podem rear essa economia ao preço final de seus produtos nos aplicativos mais vantajosos.
E o consumidor atento já começa a perceber o resultado dessa briga na hora do almoço ou do jantar. É só abrir o aplicativo para ver que os preços podem estar reagindo.
Em São Paulo, um combo de pão de queijo com café médio em uma cafeteria da região da avenida Paulista sai por R$ 21,60 em uma plataforma e pode ser encontrado por R$ 19,58 em outra, uma economia de R$ 2,02 ou cerca de 9,35%.
Para pratos mais caros, a diferença é ainda mais palpável. Um strogonoff de filé mignon sai por R$ 99,90 em um app, mas pode ser pedido por R$ 89,90 em um concorrente que cobra taxas menores do mesmo restaurante – são R$ 10 de diferença, ou 10% a menos na conta.
Essa dinâmica inaugura uma nova era para o consumidor de delivery: a da pesquisa. Se antes a comodidade de ter todos os restaurantes em um só lugar falava mais alto, agora, comparar preços entre diferentes aplicativos pode significar uma economia considerável no final do mês.
