Feldman explica que a gasolina sem etanol contém chumbo tetraetila, um aditivo tóxico usado para aumentar a octanagem do combustível. Este componente foi eliminado mundialmente do uso em veículos de eio devido aos seus efeitos nocivos à saúde e ao meio ambiente.
No Brasil, o etanol substituiu o chumbo tetraetila como aditivo para aumentar a octanagem da gasolina. Atualmente, a legislação brasileira exige que toda gasolina vendida em postos contenha uma porcentagem de etanol, que varia entre 27% e 30%.
O especialista ressalta que, apesar de alguns manuais de veículos ainda recomendarem o uso de gasolina sem etanol, essa orientação não se aplica ao mercado brasileiro. "Isso não existe mais no Brasil porque é lei. Toda gasolina no posto tem que ter etanol", afirma Feldman.
A gasolina sem etanol, conhecida como AVGAS (gasolina de aviação), é produzida exclusivamente para uso em aeronaves e helicópteros. Seu fornecimento é e controlado, não sendo disponível para venda ao público em geral.
Feldman alerta que tentar usar esse tipo de combustível em carros de eio não só é ilegal, como pode causar danos ao motor devido à presença do chumbo tetraetila. "Tem gente que tenta e tem gente que até já quebrou a cara, porque essa gasolina com chumbo tetraetila às vezes até prejudica o motor", adverte.
Para aqueles que buscam um melhor desempenho do motor, Feldman sugere o uso da gasolina . Esta versão contém uma porcentagem ligeiramente menor de etanol (25%) e possui uma octanagem mais elevada, chegando a 102 octanas RON.
"Ela custa mais caro, tem mais octanagem. Tem 102 octanas, RON de octanagem. Mas vai funcionar muito melhor, principalmente nos motores com a taxa de compressão mais elevada", explica o especialista.
Em suma, a gasolina sem etanol é uma realidade, mas seu uso é e regulamentado. Para o consumidor comum, a melhor opção para otimizar o desempenho do veículo continua sendo a gasolina disponível nos postos de combustível, sempre respeitando as especificações do fabricante do veículo.